terça-feira, 3 de agosto de 2010

Grifes lançam marcas infantis para agradar pais e filhos

Grifes internacionais como Chloé, Burberry e Marc Jacobs têm suas versões para crianças. No Brasil, marcas de roupas e até de artigos de cama, mesa e banho e decoração seguiram essa estratégia de olho no mercado em potencial. O vestuário infantil representa 15% do setor no país, o equivalente a US$ 4,5 bilhões em um total de um bilhão de peças por ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção, a Abit.
Se o mercado já era grande para as marcas que nasceram somente para atender ao público infantil, ele é também muito promissor para as grifes que já eram bem relacionadas com os pais e que teriam suas segundas linhas com um atrativo a mais: a de ter roupas ou acessórios iguais que poderiam ser utilizados por duas geraçõ es diferentes.

Pais e Filhos com roupas iguais
Assim nasceu a Reserva Mini. A grife masculina focada no público adulto criou uma pequena coleção de 50 peças “miniaturas” das roupas que vendiam como uma brincadeira para aqueles clientes que queriam vestir seus filhos com o estilo da marca. A ação deu certo e com um ano de vida e Reserva Mini já comercializou mais de 60 mil peças e se prepara para ter a primeira loja exclusiva para os pequenos.
“Demos esse nome para a marca porque as roupas são exatamente a coleção da Reserva em um tamanho menor, exceto por algumas adaptações que fazemos em relação à anatomia e funcionalidade”, afirma Rony Meisler, sócio da marca, em entrevista ao Mundo do Marketing. Entre as mudanças citadas pelo empresário estão o uso de materiais mais leves e de elásticos.
Assim como a Reserva, a Via Mia também busca levar sapatos e acessórios parecidos para mães e filhas, através da Via Mia Mini, mas sem esquecer dos cuidados especiais com o corpo em formação. “As coleções adultas e infantis são criadas a partir das mesmas referências e têm a mesma cartela de cores, mas para as crianças o solado é diferente”, conta Daniela Sabbag, coordenadora da marca, ao site. A Via Mia Mini também não fabrica sapatos com nenhum tipo de salto.

Quem decide?
A Via Mia lançou ontem, dia 20, sua terceira coleção da marca Mini, que já representa 5% do faturamento da grife, vendendo cerca de 1.500 pares de sapatos por mês. A linha foi criada depois que Daniela teve filhos e notou a necessidade de produtos infantis com tendências de moda. Além disso, cresciam os pedidos de mães que queriam as mesmas peças para suas filhas. “Hoje percebo que são as mães que gostam mais de comprar as mesmas coisas que as crianças. Para as filhas é mais significativa a experiência de comprar no mesmo espaço que a mãe, decidindo juntas”, completa Daniela, garantindo que a personalidade das pequenas pesa na escolha.
Já Marcello Bastos, sócio da Farm e de sua grife infantil, a Fábula, afirma que mesmo com peso forte, a decisão final ainda é dos pais. “As crianças até opinam, mas são as mães que decidem”, diz o empresário. Por isso, a Fábula foca seu programa de relacionamento nelas com o objetivo de fortalecer a marca não apenas como uma grife de roupas, mas também como uma instituição que se preocupa com a educação dos pequenos.
Com um conceito um pouco diferente das outras empresas, a Farm quis desvincular a marca infantil de sua linha comum. “Procuramos criar algo com o mesmo DNA da Farm, mas com conceitos e vida próprios, inclusive com um plano de negócios completamente distinto”, aponta Marcello.

DNA no ponto-de-venda
Entre as características do DNA da Farm presentes na Fábula está, principalmente, a criação de peças tendo a estampa como ponto forte. Outra particularidade da Farm presente na sua segunda grife é a experiência no ponto-de-venda. No local, a empresa dispõe de elementos para a comunicação com as crianças que ilustram o conceito de uma fábula como nos livros, enfeitando o ambiente com puffs e animais de pelúcia.
Desenvolver um ponto-de-venda específico para que a identidade da marca infantil não interfira na grife em si, também é uma preocupação da Reserva Mini. Hoje, a marca para crianças só é encontrada em revendedoras multimarcas.
“Embora as duas grifes tenham o mesmo conceito, não quisemos tirar o foco do nosso público alvo, que são os homens jovens e adultos”, afirma Rony. Em outubro, a marca abrirá sua primeira unidade com o desafio de desenvolver um espaço que atraia os pais, mas que também seja uma experiência divertida para as crianças.

Para a casa
Embora a mercado de moda esteja movimentado com o segmento infantil, a exigência dos pais foi além da preocupação com as roupas e chegou à decoração dos quartos delas. Por isso, a Trousseau transformou o espaço tímido que tinha em suas lojas destinado às crianças na Trousseau Petit, que hoje representa 10% do faturamento total da empresa.
A marca vende em sua loja no Fashion Mall, no Rio de Janeiro, e em algumas áreas específicas em outros pontos-de-venda, roupas para crianças de até seis anos, sapatinhos, roupas de cama exclusivas para a segunda marca e também iguais às vendidas na marca mãe - para agradarem aos pais que ainda têm os berços dos filhos em seus quartos. A Petit tem ainda pijamas iguais para pais e filhos e roupas para grávidas. Até o fim do ano a rede abrirá ainda mais duas unidades.

Fonte: Mundo do Marketing - 22/07/2010

Um comentário:

andre disse...

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